quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Som de cinema em casa - Parte 2

Nesta parte, iniciarei os sistemas da era digital, mais interessantes (e confusos) que os anteriores.
Link para a parte 1.


Dolby Digital


E agora que começa a confusão. Lançado nos cinemas em 1992 junto com o filme "Batman: o Retorno", o sistema Dolby Digital foi lançado em sistemas caseiros em 1993 para as TVs digitais e em 1995 para DVDs.

Antes de eu explicar a mudança em "números de canais", devo explicar sobre a diferença na gravação e reprodução: o sistema Dolby Digital é, na verdade, um algoritmo matemático de compressão, ou seja, semelhante ao mp3 ele retira os sons inaudíveis (e alguns quase inaudíveis) para qua não haja desperdício de espaço em termos de memória. Com isso, criou-se um sistema prático, barato e de alta qualidade para armazenamento do som multicanal.

Pela primeira vez tínhamos uma evolução real no número de canais: agora, os canais não eram mais extraídos de uma matriz Estéreo, pois o sistema permite que todos sejam gravados e reproduzidos independentemente, criando-se o que são chamados de "canais discretos".

Desta vez, o sistema permite a gravação de 6 canais: 3 frontais (esquerdo, central e direito) e 2 surround (esquerdo e direito), além de um canal para sons graves. Com isso, crou-se o termo 5.1, ou seja, 5 canais mais 1 limitado para graves.

Posicionamento correto das caixas.
(as caixas que estão em branco pertencem a outro sistema, que será explicado mais para a frente)

Com isso, corrige-se vários "problemas" do sistema Dolby Pro-Logic:
  • No processamento Pro-Logic, a separação dos canais era sempre imprecisa. Dependendo da qualidade da gravação e do equipamento de reprodução, não se sabia exatamente quais efeitos sonoros que iriam para os canais surround e central, ficando algo "embaçado". A partir de agora, a separação dos canais é perfeitamente precisa, pois cada canal é totalmente independente do outro, criando uma ambientação muito mais realista.
  • No processamento Pro-Logic, os sons que eram direcionados aos canais surround eram limitados em frequência, ou seja, os sons mais graves e mais agudos eram "cortados", criando-se um som abafado. A partir de agora, os sons direcionados aos canais surround abrangem qualquer tipo de som, seja ele extremamente agudo ou extremamente grave (é possível, por exemplo, ouvir pratos de bateria sendo tocados atrás do espectador, algo que no Pro-Logic não era possível).
  • O canal surround deveria ser bem posicionado, caso contrário o espectador ouviria um som incômodo vindo de apenas um lado da sala, ou seja, se ele se sentar do lado esquerdo, vai ouvir somente o som surround vindo da esquerda, perdendo-se o efeito de ambiência. Isso passa a não acontecer mais, pois o canal surround foi separado em 2. Com isso, independende da sua posição na sala, o som surround, se bem gravado e editado, se espalha naturalmente, pois os sons dos canais surround esquerdo e surround direito são diferentes, além de criar uma sensação de ambientação e profundidade muito maior.
Além disso, o Dolby Digital permite a gravação de um canal para somente para sons mais graves (normalmente reproduzido pelo Subwoofer), para a criação de efeitos sonoros mais realistas, como explosões, cachoeiras, naves espaciais, som de motor de carro e caminhão etc.

Como você percebeu, eu sempre utilizo a palavra "permirte", pois o Dolby Digital tinha um "problema" que pode confundir muitas pessoas na hora de comprar um DVD na loja: da mesma forma que o Dolby Digital permite a gravação de 5 canais mais 1 para graves, ele permite a gravação de apenas 2 canais e, inclusive, somente 1!

Sim! Existem filmes em Dolby Digital que, naverdade, são Estéreo! Isso acontece exatamente graças ao fato de que Dolby Digital não se refere a quantidade de canais e sim ao formado do áudio, que cria uma compressão de alta qualidade que permite (mas não obriga) armazenar áudio multicanal.

Isso nos leva ao próximo sistema, que é o...


DTS


Sigla para Digital Theater System. Foi criado pela sociedade entre duas empresas: a NuOptix e a Universal, e lançado nos cinemas em 1993, junto com o filme Jurassic Park.

Os criadores do sistema perceberam a falha no planejamento do sistema Dolby Digital. Além disso, a compressão do áudio Dolby Digital, apesar de boa, não era perfeita. Perdia-se um pouco de qualidade, algo que era mais perceptível em filmes musicais e shows.

O DTS era, basicamente, um Dolby Digital anabolizado: DVDs gravados com DTS tinham que ter obrigatoriamente 5 canais mais o de graves! Além disso, a taxa de compressão é menor, criando um áudio final mais fiel ao gravado em estúdio.


Sistemas de 6.1 canais: Dolby Digital EX e DTS ES


Em 1999, a Dolby Labs. lança o primeiro sistema de 6.1 canais, seguido pela DTS, que são: o Dolby Digital EX e o DTS ES.

Pra não causar confusão, devo explicar que o sexto canal surround não é um canal independente, mas ele é extraído dos dois canais surround do sistema Dolby Digital comum e do DTS comum, utilizando um processamento semelhante ao Pro-Logic, só que somente para este canal traseiro.

Posicionamento correto das caixas (as duas caixas trazeiras reproduzem o mesmo som).
Observe as caixas em branco: elas representam o sistema Dolby Digital simples.

O que muda é no momento da edição, em que deve ser gravado o sinal para o sexto canal (que fica posicionado exatamente atrás do espectador), e é o processador que deve separá-lo no momento da reprodução.

Temos então: 3 canais frontais (esquerdo, central e direito), 2 surround (surround esquerdo e surround direito) e 1 traseiro.

Você deve estar achando que é exagero mas, acredite, não é! A diferença é bem perceptível. Imagine uma cena em que um avião passa por cima da câmera, indo para trás. O som deve acompanhar e seguir para trás também.

O problema é que, se for no Dolby Digital ou DTS comum, dependendo do posicionamento das caixas, esse efeito não será alcançado. O som vai passar pelas lateriais do espectador e, então, dará a impressão de ter simplesmente sumido.

Para corrigir esse "defeito" foram criados esses dois sistemas. Como o som é traseiro (e nós não temos os ouvidos virados para trás) não existia a necessidade de criar um canal traseiro totalmente independente. Por isso, esse canal é processado e extraído a partir dos dois canais surround.


Dolby Pro-Logic II/IIx/IIz


Você deve estar pensando que uma evolução do sistema Pro-Logic é uma tremenda babaquice. Lembre-se: nem tudo no mundo são gravações digitais (como os DVDs) e, por isso, havia a necessidade de melhorar o processamento do som Estéreo puro.

Posicionamento das caixas (semelhante às do Dolby Digital).
LFE: Low Frequency Efects, simbolizando o canal para graves.

Com isso, criou-se, em 2000, o sistema Pro-Logic II e, em 2002, as evoluções (Pro-Logic IIx e IIz). Resumidamente, estes processadores transformam o som original Estéreo em um som semelhante ao Dolby Digital, ou seja:
  • 2 canais surround reproduzindo sons diferentes, sem limitação nos graves e agudos;
  • Criação de um canal para graves.
Além disso, o processamento melhorou, criando uma separação mais precisa e realista do que o Pro-Logic "normal".


Dolby True HD e DTS-HD


Tanto no Dolby Digital como no DTS o áudio é comprimido digitalmente para caber no disco. Com a evolução das mídias (leia-se Blu-Ray), não havia mais a necessidade de comprimir o áudio (e, portanto, perder qualidade sonora).

O Dolby True HD e DTS-HD nada mais são do que o Dolby Digital e DTS gravados sem compressão, ou seja, com a fidelidade máxima possível, ficando idêndico ao som de estúdio.

Com isso, alguns detalhes sonoros, antes imperceptíveis, agora são possíveis de ser ouvidos. A diferença é mais perceptível em Blu-Rays musicais, onde os sons dos instrumentos ficam com um timpre praticamente idêntico ao som natural.


Desculpem pela extensão, mas realmente existe muita coisa para ser explicada. Acredite, pulei muitos outros detalhes que achei desnecessário explicar. Espero que agora você saiba como escolher melhor um equipamente de Home Theater e como comprar um DVD ou Blu-Ray compatível. Ou não...

Até mais!

Link recomendado: Blog do Jotacê.

Fontes:
http://lazer.hsw.uol.com.br/som-de-cinema3.htm
http://frank.mtsu.edu/~smpte/ninties.html
http://webinsider.uol.com.br/index.php/2009/08/19/mixagem-de-audio-em-cinema-e-home-theater/
http://webinsider.uol.com.br/index.php/2008/11/17/ouvindo-musica-com-dolby-prologic-iiiix/

http://www.fazendovideo.com.br/vtsom6.asp
http://www.cefala.org/~leoca/dolby/dolby01.html

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Som de cinema em casa - Parte 1

Tudo bem, este blog não é sobre tecnologia. Porém, creio que este assunto seja extremamente útil para os amantes de Cinema de boa qualidade, que sabem que não somente a imagem como também o som é importante para criar a imersão no filme e também para permitir vermos o filme como o diretor o idealizou.
Portanto, criei este tutorial para você poder entender a diferença entre os nomes das tecnologias de "som multicanal" e não ser enganado, pois existe muita diferença entre as tecnologias.


Som Estéreo

Antes de mais nada, devemos lembrar que o Som Estéreo caseiro nasceu primeiro na música. Antes do final da década de 1950, todas as músicas, depois de gravadas, eram unidas numa única trilha, que depois era gravada nos discos da época para serem reproduzidos. A partir de 1957, o som começou a ser editado em duas trilhas, e não apenas uma, comm era antes.

A idéia original da técnica é simular a movimentação e posicionamento do som com apenas duas caixas, criando "caixas acústicas fantasmas móveis" entre as duas.

Posicionamento ideal das caixas acústicas deve ser bem afastadas (mas nem tanto), e viradas para o ouvinte

A trilha do filme (ou a música) era gravada em diversas trilhas (normalmente entre 8 e 16), uma para cada instrumento/efeito sonoro. No momento da edição final, os instrumentos/efeitos sonoros eram "posicionados" no espaço entre as duas caixas da seguinte forma:
  • Um som que viesse do lado esquerdo seria reproduzido somente na caixa esquerda, e um som que viesse do lado direito seria reproduzido somente na caixa direita;
  • Um som que viesse mais-ou-menos da esquerda seria reproduzido com um volume mais alto na caixa esquerda e mais baixo na direita, dando a ilusão de que o som vem de uma posição um pouco deslocada, como uma "caixa acústica fantasma" (ídem para o lado mais-ou-menos direito);
  • Um som que se movimenta da esquerda para a direita seria reproduzido na caixa esquerda com o volume diminuindo, e na direita com o volume aumentando;
  • Um som que viesse do centro seria reproduzido com um volume idêntido nas duas caixas, de forma que acaba criando a ilusão de uma "caixa fantasma" no meio das duas.

Com o Som Estéreo, criou-se o que ficou conhecido como palco sonoro, que seria a ilusão da posição do som no espaço. Uma gravação bem feita permite distinguir a posição de cada instrumento/efeito sonoro produzido pelas caixas.

Na década de 1960 foi que o Som Estéreo se popularizou. Porém, somente na década de 1970 foi que ocorreu o auge na técnica de gravação do Som Estéreo. Os instrumentos eram bem posicionados no palco sonoro, além de efeitos (bem) utilizados como reverberação e eco, utilizando a posição das duas caixas para criar a sensação de "som rebatendo" (a voz do intérprete se repetia diversas vezes nas laterais, criando a sensação de profundidade).

Porém, o Som Estéreo demorou para atingir a reprodução de filmes e programas de televisão. O primeiro videocassete Estéreo surgiu em 1978, sendo que as primeira transmissões de TV em Estéreo só iniciaram em 1986.


Dolby Surround



Em meados da década de 1970, a empresa Dolby Laboratories criou sistemas que melhoravam a qualidade da gravação e reprodução sonora dos filmes nas salas dos cinemas. Após a popularização deste, ela criou um outro sistema, que seria o "sistema multicanal definitivo": Dolby Stereo (não confundir com o Som Estéreo comum).

A idéia do Dolby Stereo era criar um som multicanal (na época, 4 canais) a partir de apenas 2 através de um algoritmo analógico. Com isso, criou-se um sistema prático, barato e funcional e que, acima de tudo, manteve a qualidade sonora.

Logotipo original usado no cinema. Ainda é possível encontrá-lo em algumas capas de VHS.

Depois do sucesso nos cinemas deste sistema, criou-se, em 1982, o Dolby Surround, que nada mais era do que o processador do Dolby Stereo mais simplificado, para ser utilizado em casa.

Diferente do som do cinema, o Dolby Surround reproduzia apenas 3 canais: 2 frontais (esquerdo e direito) e 1 surround (este último reproduzido em duas caixas ao mesmo tempo).

A idéia do Dolby Surround era a seguinte: através de uma técnica de gravação e reprodução chamada "matrixing" criava-se um terceiro canal "embutido" nos dois canais estéreo.
Processamento Dolby Surround original:
o som original é em Estéreo, mas o processador "extrai" o som surround

Este canal (Surround) deveria se dispersar pela sala, ou seja, ao contrário dos canais frontais, o canal Surround deve ser disperso e dar a sensação de ser algo "distante", para criar a "ambientação", ou os "sons de fundo" (que jamais devem roubar a atenção dos canais frontais).


Dolby Pro-Logic


O Dolby Surround tinha uma falha: se a sala fosse muito grande, e o espectador não sentasse exatamente em frente a tela, tinha-se a sensação de que os "sons centrais", principalmente as vozes dos personagens, estavam deslocados, ou seja, parecia que a voz não vinha da direção da tela, mas de uma posição ao lado dela (uma sensação bastante esquisita).

Para corrigir isso, a Dolby lançou, em 1987, o processador Dolby Pro-Logic: este sim criava 4 canais a partir de 2, que eram: 3 frontais (esquerdo, central e direito) e 1 surround.

Exemplo: cada cor indica um canal diferente.
Vale lembrar: o Pro-Logic no cinema era chamado de Dolby Stereo.

Como o Dolby Surround original, o áudio Dolby Pro-Logic era gravado como se fosse Estéreo (com apenas dois canais) e, depois, no momento da reprodução, os canais surround e central eram "extraídos" através do processamento.

Processamento Pro-Logic

Com este processador, as falas dos personagens ficavam muito mais claras e sempre posicionadas exatamente na direção da tela, independente da posição do espectador.


Com ainda há bastante assunto (ainda nem entrei na era digital), continuarei num próximo post. Espero que este texto esclareça a confusão de siglas e tecnologias, por isso, é inevitável que o texto fique um pouco grande. Até mais!

Continua na parte 2.

Fontes:
http://lazer.hsw.uol.com.br/som-de-cinema3.htm
http://eletronicos.hsw.uol.com.br/som-surround4.htm
http://www.audioclicks.com.br/blog/2009/10/01/estereo/
http://www.cinedie.com/som.htm
http://webinsider.uol.com.br/index.php/2007/04/20/fantasound-de-walt-disney-foi-o-inicio-do-som-estereo-no-cinema/
http://super.abril.com.br/ciencia/como-funciona-som-estereo-441989.shtml
http://www.fazendovideo.com.br/vtsom6.asp
http://www.cefala.org/~leoca/dolby/dolby01.html

Imagens:
http://webinsider.uol.com.br/index.php/2007/06/22/aprenda-a-posicionar-e-ajustar-suas-caixas-de-som/
http://www.audiorama.com.br/arquivoconfidencial/SURROUND.htm
http://www.audioexcellence.com.br/caixas_acusticas_comoposicionar.php
http://www.getprice.com.au/blog-hdtv-glossary-introduction.htm
http://www.practical-home-theater-guide.com/dolby-sound.html
http://www.cinemasource.com/products/av_process/about/about_avproc.html
http://www.tweaktown.com/articles/2833/dolby_labs_interviewed_regarding_pc_audio/index2.html
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a9/Dolby_Surround_TV4.jpg
http://www.infomercial-hell.com/blog/2006/07/18/stereo-for-tv-infomercials/
http://www.hometheaterhifi.com/volume_11_2/denon-avr-3805-receiver-6-2004.html

http://en.wikipedia.org

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Análise: Elefante


Ficha técnica

Título original: Elephant
Gênero: Drama
Duração: 81 min
Origem: EUA - Alemanha
Estréia - EUA: 24 de Outubro de 2003
Estúdio: Warner Bros.
Direção: Gus Van Sant
Roteiro: Gus Van Sant
Produção: Dany Wolf

Análise

Por mais que um filme seja violento e pesado, a sensação, normalmente, é que há algo de falso nas cenas. Isso não acontece em Elefante. Na verdade, o filme nem é tão pesado assim, se formos levar em conta a quantidade de sangue vista no filme. Nele, não terá nada que um adolescente de 12 anos já não tenha visto num filme exibido em TV aberta.

Não, o problema não é este. Justamente por ser um filme muito mais realista, visceral, filmado sempre com longos planos-sequências*, sem iluminação artificial e trilha sonora, é que ele acaba se tornando muito mais angustiante.


O filme mostra um dia comum numa escola nos Estados Unidos, do que seria o equivalente ao Ensino Médio aqui no Brasil. Porém, os mesmos momentos são filmados de acordo com vários pontos de vistas. A câmera, sempre bem próxima ao personagem de quem o ponto de vista está sendo mostrado, dá a sensação de estarmos na pele de cada um.

É um filme belíssimo, bastante introspectivo. Você se sente no corpo de cada personagem que tem sua história contada. Pra aumentar mais ainda essa sensação, a edição de som amplifica nos momentos cruciais. Há também o recurso da câmera lenta, bem sutil, muito bem usado, para demonstrar momentos(curtos) de felicidade.

É impressionante, também, ver a naturalidade dos atores em cena. Pra quem não sabe, todos os atores são amadores, e interpretam eles mesmos.


Conforme o filme se desenvolve, vamos tentando encaixar melhor as peças e memorizar os personagens e cenas. Como o mesmo dia e mesmos momentos são mostrados de diferentes pontos de vistas, fica bastante informação para digerir, o que deixa o filme ainda melhor.

É interessante também observar os temas que são abordados. Como o filme mostra diferentes "tipos" de pessoas, vemos modos de vida, pensamentos, conceitos, preconceitos e situações que nossos olhos não costumam ver, mas que são muito comuns numa escola de classe média.

Caso você tenha se perguntado sobre a origem do título, aqui vai a explicação:

Primeiramente, é preciso entender o porquê do título Elefante . O nome faz referência a uma parábola budista na qual vários cegos tocam um elefante, e cada um o descreve de acordo com a parte que tocou: a pata, a cauda, a orelha ou a tromba. Mas nenhum é capaz de imaginar o animal em sua totalidade. A nós, é mostrada a “visão” de todos os cegos (uma de cada vez) da parábola, sendo assim, possível tirar nossas próprias conclusões e entender melhor o elefante. Pois, quando se tem a visão de um só dos lados da história, não é possível compreender o que está acontecendo nem o porquê. Fórum Cinema em Cena

Ah! Esqueci de um detalhe importante: o filme é baseado na tragédia de Columbine, em que um aluno aparentemente comum entra armado e mata muitas pessoas. Quase esqueci disso...

A partir daí, vemos um quase filme de terror. As situações são tão intensas e tão assustadoramente realistas, que leva quarquer coração à boca. Se a idéia do filme era boa, com certeza, no clímax, ela se completa, e temos um dos melhores filmes sobre "um dia comum porém realista numa escola".

Um filme para poucos? Não sei, mas um excelente filme, com certeza.

Nota: 10

*Plano-sequência: cena filmada sem cortes por um longo período de tempo, em que a câmera se movimenta para observar a situação exibida, como se fosse uma pessoa andando e observando.
Fonte das imagens e ficha técnica: Cinema com rapadura.



Trailer

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Curta de animação surrealista: Neighbours



Norman McLaren desenhando no filme

O projeto Cineclube, da cidade de Santo André (SP), tem uma proposta interessante: divulgar filmes fora do circuito comercial. Filmes independentes, que jamais seriam vistos por uma pessoa comum, pois são filmes fora de catálogo.

Numa das vezes que eu e um amigo meu fomos, assisti a um documentário sobre Norman McLaren, um diretor de curtas metragens de animação.

Pioneiro do cinema e fundador do departamento de animação do National Film Board of Canadá (NFB/ONF), Norman McLaren (1914–1987) é um dos maiores nomes da história do cinema de animação; um artista cujo brilho, criatividade e consciência social continuam a influenciar os cineastas até hoje. Desde as primeiras experiências cinematográficas na Escócia em 1933 até seu último filme no NFB/ONFem 1983, o conjunto das obras de McLaren revela talento e criatividade extraordinários, bem como profundas raízes humanistas.

McLaren era artista complexo e criador prolífico, e abriu novos caminhos e possibilidades dentro de um leque amplo de mídias e estilos. Foi um mestre do “filme direto” – ao desenhar e riscar no celulóide, criando até mesmo sons sintéticos ao desenhar sobre pistas ópticas sonoras. Abriu caminho na técnica chamada pixilation, na qual atores e objetos são filmados quadro a quadro e transformados em marionetes. Foi pioneiro na “música visual”, explorando novas maneiras para criar representações visuais da música que ele tanto amou, e outras vezes explorou o movimento puro. Cinema abstrato, surrealista, dança – nenhuma área ficou ausente da incansável imaginação de McLaren.

Norman McLaren, acima de tudo, era movido por um profundo compromisso com o pacifismo, os direitos humanos e a justiça social. Da mesma maneira como foi um inovador na forma, ele liderou a fusão da arte com a consciência social, e este legado inspirou gerações de cineastas engajados em questões sociais.

Fonte: Canadá Internacional

Um dos curtas que me chamou a atenção foi Neighbours. Feita com a técnica de Pixilation (descrita acima), a animação mostra como uma amizade entre vizinhos pode transformar-se em inimizade pela cobiça material e "territorial" - neste caso, uma flor que nasce entre o gramado das duas casas(!).

É interessante extrapolar a idéia do filme para algo maior, pois ele faz uma crítica ao instinto humano de procurar motivos (ou desculpas) para entrar em brigas (ou guerras).

Uma ótima animação, inovadora (mesmo para os tempos atuais), surreal, bem-humorada e imprevisível. Ganhador do Oscar de 1953.



Se você curtiu, fique tranquilo, pois no Youtube tem muito mais trabalhos de Norman McLaren!

Abraços!

Links recomendados:
Mini-críticas para mini-filmes: recomendação e exibição de curtas.
Animamundi: assista algumas das animações premiadas no Animamundi.
Portacurtas: portal de exibição de curta-metragens brasileiros.

domingo, 20 de setembro de 2009

Análise: Up - Altas Aventuras

Título original: Up
Gênero: Animação
Duração: 96 min
Origem: EUA
Estréia - EUA: 29 de Maio de 2009
Estréia - Brasil: 04 de Setembro de 2009
Estúdio: Pixar Animation Studio/Walt Disney Pictures
Direção: Pete Docter, Bob Peterson (Monstros S.A)
Roteiro: Bob Peterson
Produção: Jonas Rivera

Sinopse

"Os estúdios Walt Disney Pictures e Pixar Animation levam as plateias do cinema para bem alto e bem longe com seu show de fantasia "Up – Altas Aventuras". Apresentado em 3D, o filme conta a edificante história de um velhinho viúvo chamado Carl Fredricksen, com seus setenta e poucos anos de idade, passou a vida sonhando em explorar o planeta e viver plenamente a vida. Até que um plano mirabolante invade sua cabeça teimosa: fazer sua casa inteira levantar vôo e transportá-la dos Estados Unidos a um lugar em meio às montanhas da floresta venezuelana. Um erro de percurso faz sua casa cair e ele tem de seguir sua viagem a pé, com a ajuda de um escoteiro gordinho e muito dedicado. Mas nessa jornada eles vão enfrentar muitos vilões, bestas e situações absurdas."

Análise

Atualmente, não se discute se um filme da Pixar é bom ou ruim. Se discute se ele é melhor ou pior que Wall-e. Você pode duvidar da importância de Wall-e para o cinema mas, com toda certeza, foi um filme ousado, que revolucionou a forma de se fazer animação. Por isso, está sendo usado como referência.

Quanto a Up, alguns críticos influentes, como Pablo Villaça, dizem ser inferior ao Wall-e. Outros, como o Érico Borgo, do Omelete, disse que "provavelmente, a Pixar nunca vai atingir seu auge".

Eu, como fã de animação e como fã da Pixar, devo minha opinião: não é melhor que Wall-e e nem que Ratattouile, mas é melhor que Monstros S.A. e Procurando Nemo, por exemplo.

O início, que mostra a vida de Carl desde a infância até velhice, é de uma sensibilidade incrível. É sublime, espetacular.

Depois desta pequena, porém importante, introdução, o filme mostra um dia comum na vida de Carl. E, como de costume, o imprevisível: é interessante a cena que mostra o local onde Carl vive, causando uma surpresa - sendo inclusive uma cena engraçada.

Um pouco depois, quando a viagem propriamente dita começa, o filme muda de ritmo e clima, mas sempre com a sutileza característica da Pixar. Ele fica bem mais alegre - e também divertido e cheio de situações perigosas, típicas de filmes de aventura.



É incrível, também, a capacidade deles de criar personagens marcantes. Além do velhinho e do escoteiro mirim Russel, aparecem Kevin (uma ave gigante que é fêmea, apesar do nome) e Dug, um cão carente (aparentemente da raça Golden) e que fala (de uma forma curiosa e interessante, que não vou contar aqui).



Neste momento, surgem vários outros personagens - incluindo vários cachorros "falantes". A quantidade de cachorros falantes, e seus comportamentos, dão a sensação do filme ser mais infantil do que Wall-e - não que isso seja um defeito.

O único defeito, que faz com que o filme não seja tão bom quanto Wall-e, é a previsibilidade em alguns trechos do filme. Nada demais, afinal, as qualidades são tantas que enfraquecem os defeitos.

É interessante também observar a simbologia presente em algumas cenas: a casa voanto, que representa a liberdade alcançada na terceira idade, e a cena em que os móveis vão sendo jogados fora, que representa a libertação do passado - esta segunda, inclusive, é sublime.

Há um outro detalhesinho também, mas nada muito importante, que devo citar: a qualidade da animação da Pixar. Simplesmente embasbacante! O comportamento dos cães é idêntico aos cães reais. Vale lembrar que o filme está sendo exibido em 3D, que faz uma diferença grande, aumentando muito a imersão do filme.

Conclusão

É um excelente filme, recomendadíssimo para todo tipo de público, mas principalmente, pra quem é fã de animação. Apesar de não ser tão revolucionário quanto Wall-e, prova que a Pixar ainda tem muito talento, e que eles não dependem de "continuações" nem de "contos de fadas adaptados para o cinema", e que a ousadia continua sendo uma característica importante em suas criações.

Nota: 9

Trailer:
Youtube

Fontes:

Imagens, ficha técnica e sinopse:
Cinema com Rapadura

Análises comentadas no post:
Omelete
Cinema em Cena

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Ficção Científica - Recomendações, Parte 1: Literatura

Ficção Científica já foi muito mal visto pelo público em geral como algo sensacionalista e apelativo. Isto está, finalmente, mudando. Mesmo assim, ainda existe muita resistência.



Porque eu gosto deste gênero? Por que é quase uma regra que existam questionamentos, que façam você pensar. "Guerra nas Estrelas e Alien são ótimos filmes, mas não fazem nenhum questionamento", você vai dizer.



Capa do livro A Máquina do Tempo, de H. G. Wells

Ok, vamos definir então o que é Ficção Científica:
Na literatura e no cinema, podemos dividir as histórias em dois tipos principais: ficção e não-ficção.
Dentro de ficção, podemos fazer, pelo menos, três subdivisões: Ficção Ordinária, Ficção Científica e Ficção Fastástica.
Partindo deste ponto, a Ficção Científica deixa de ser um gênero e passa a ser algo muito mais abrangente. Aparentemente isso pode não fazer muito sentido, por isso, explicarei um pouco mais detalhadamente:

  • A Ficção Ordinária é aquela que se baseia no mundo possível (ou quase), naquilo que já existe, em termos de tecnologia, ou até que fuja um pouco disto, mas sem ser muito inverossímel.
  • A Ficção Científica, por sua vez, é uma "fantasia justificada", ou seja, se baseia naquilo que não é possível atualmente, mas pode ser possível em determinado lugar, determinada época ou em certas condiçoes.
  • Por último, a Ficção Fantástica é tudo aquilo que é inverossímel, impossível, e é pouco (ou nada) justificado.
Exemplos no cinema:
  • Ficção Ordinária: Magnólia, Titanic (apesar de inspirado em fatos, o filme é ficção)
  • Ficção Fantástica: Senhor dos Anéis, Guerra nas Estrelas
  • Ficção Científica: Alien, 2001 - Odisséia no Espaço
As pessoas confundem muito o termo. Guerra Nas Estrelas, por exemplo, não é Ficção Científica. É apenas uma fantasia ambientada no espaço.

Ficção Científica é aquilo que tem a ciência, possível ou imaginada - mas que seja pelo menos plausível - que serve como motivador do enredo, funcionando quase como um personagem da trama (todos os tipos de ciências, inclusive as Sociais).

Se você se interessar pelo "gênero" (vou usar esta palavra por questões de praticidade) recomendo enfaticamente a leitura de livros ao invés de se basear apenas pelo cinema. A literatura de Ficção Científica está, digamos, "anos-luz" à frente do cinema.

Há uma longa história que conta as origens da literatura de Ficção Científica. Por ser muito extensa, fiz um breve resumo, indicando suas principais épocas:


  • O início (final do século XIX até a década de 1920), em que o gênero não estava definido claramente, pois estava surgindo. Exemplos:
Livros de Julio Verne: Vinte Mil Léguas Submarinas, Viagem Ao Centro da Terra, Da Terra À Lua. Seus livros são didáticos, às vezes satíricos, com histórias cheias de aventuras.

Livros de H. G. Wells: A Máquina do Tempo, A Ilha do Doutor Moreau, Guerra dos Mundos. Diferente de Jules Verne, H. G. Wells tem livros mais "sérios" se voltando mais para a crítica social.


  • O segundo período (de 1920 a quase 1940) é o que criou o preconceito. E merecidamente! Revistas de contos eram lançadas, com literatura de péssima qualidade, em que jovens loiros e fortões lutavam contra ET's malvados pra ficarem com a mulher gostosona!
Durante este período, surgem importantes escritores, mas que vão se aperfeiçoar mais para a frente - e que serão, obviamente, citados.


  • O terceiro (década de 1940 pra frente), que é o período da "Ficção Científica Social", é, de longe, o período mais maduro. Foi a partir daí que o gênero começou a ser levado a sério.
Todos os livros citados abaixo são do terceiro período, e são considerados clássicos da Ficção Científica e, alguns, clássicos da literatura em geral. Serei bastante breve, pois não li a maioria destes (infelizmente), e, além do mais, este post é apenas um resumo.


"O Homem do Castelo Alto", de Philip K. Dick (autor dos livros que inspirou Blade Runner, Vingador do Futuro, Minority Report e O Homem Duplo).
Futuro do pretérito: como seria o mundo hoje se a Alemanha e o Japão tivessem ganho a Segunda Guerra?


Trilogia "Fundação", de Isaac Asimov (autor de livros como Eu, Robô , e de contros como O Homem Bicentenário)

Num futuro distantíssimo (12 mil anos depois da fundação do império galático) um homem aprende a prever o futuro através da ciência, e prevê a queda do império. Decide criar uma "Fundação", com pessoas selecionadas para formar o futuro Segundo Império. Existem algumas semelhanças com a realidade. Por exemplo: você sabia que Al Qaeda, traduzindo para o português, significa "A Fundação"?!


Este livro foi um dos que inspirou Guerra nas Estrelas. Li o primeiro da trilogia, e posso dizer que é excelente. Muita intriga política/econômica e até um pouco de religiosa. Recomendadíssimo!

"Admirável Mundo Novo", de Aldous Huxley
O mundo é totalmente controlado, as pessoas são pré-fabricadas em linhas de produção, de acordo com suas funções. Henry Ford é adorado como Deus, e até as relações amorosas são proibidas. É permitido somente o sexo, sem envolvimento amoroso. Um homem foge e descobre "os selvagens". O resto, meus amigos, é o que o livro conta.

"1984", de George Orwell
O mundo está dividido em três grandes blocos, que entram em guerra constantemente. As pessoas são controladas através das teletelas (um misto de TV e câmera) sendo vigiadas pelo partido do "Grande Irmão" (daí que vem o termo "Big Brother"). O governo faz de tudo para controlar a opinião de pessoas, inclusive retirando palavras do dicionário, fabricando notícias e até alterando os livros de história. Alguma semelhança com a realidade?
"Solaris", de Stanislaw Lem
Na órbita do planeta Solaris, que contém um "oceano inteligente", as pessoas que habitam uma estação espacial começam a ficar loucas. Um psicólogo é levado para resolver o problema, mas ele percebe que o problema é um pouco mais profundo: as pessoas da estação recebem a visita de outras pessoas que conheciam, mas que já estão mortas. O psicólogo recebe a visita de sua esposa, da qual era apaixonado, mas que tinha se suicidado. É a chance para ele se redimir (ou enlouquecer como os outros).
É um romance bastante psicológico, tratando de temas como o subconsiente.


"Neuromancer", William Gibson
Sinopse do livro: "Um hacker renegado, uma samurai das ruas, um fantasma de computador, um terrorista psíquico e um rastafari orbital num thriller sexy, violento e intrigante. De Tóquio a Istambul, das estações espaciais ao não-espaço da realidade virtual, o tenso jogo final da humanidade contra as Inteligências Artificiais...
Evoluindo de Blade Runner e antecipando Matrix, Neuromancer é o primeiro - e ainda hoje o mais famoso - livro de William Gibson. É considerado não só o romance que deu origem ao gênero cyberpunk, mas também o seu melhor representante."

"O Jogo do Exterminador", de Orson Scott Card
Como as viagens espacias demoram décadas, crianças da idade de 6 anos são treinadas durante as viagens espaciais para, quando atingirem a idade adulta, já estarem preparadas pra entrarem em guerra contra os inimigos da Terra. Cruel.


"2001, Odisséia Espacial", de Artur C. Clarke
A história da odisséia humana. Conta a evolução humana até o advento das máquinas inteligentes. Agora, para dar o próximo passo na evolução, o Homem precisa vencer uma delas. Com um final metafórico e louco (bem mais detalhado que o filme).

"Parque dos Dinossauros", de Michael Crichton
Cientistas descobrem que podem rescucitar dinossasuros apenas encontrando seus DNA's. É construído um parque de diversões com esses dinossauros, que são impedidos de se reproduzir. Mas a natureza acaba por contornar o problema.
Semelhante ao filme, porém mais cruel e pessimista. Humanidade x Natureza. Quem vence?
Saga "Duna", de Frank Herbert
Num futuro distante, dominado por um império feudal, os feudos planetários são controlados por Casas reais. Resumidamente, estas Casas disputam a posse do planeta Arrakis (chamado de Duna pelos nativos), um planeta desértico, que contém "a especiaria", produto extraído de vermes gigantescos que vagam pelas areias do planeta. Esta especiaria é capaz de dar alguns poderes para quem o tiver. O enredo é muito detalhado, e explora complexas relações políticas, religiosas, ecológicas e tecnológicas.

Ilustração do livro, representando o verme da areia

A grande inovação desta série foi utilizar elementos filosóficos, religiosos e psicológicos, até então raros na Ficção Científica.
A história pode ser considerada uma metáfora com a posse do petróleo e as guerras no Oriente Médio, sendo que as Casas representariam os países.

"Farenheit 451", de Ray Bradbury
O romance apresenta um futuro onde todos os livros são proibidos, opiniões próprias são consideradas anti-sociais e hedonistas, e o pensamento crítico é suprimido. O personagem central, Guy Montag, trabalha como “bombeiro” (o que na história significa “queimador de livros”). O número 451 refere-se à temperatura (em Fahrenheit) a qual o papel ou o livro incendeia.
Considerado por muitos como "o poeta da Ficção Científica", Ray Bradbury é conhecido pela sensibilidade e melancolia de suas histórias.

Por enquanto serão só essas recomendações. Há muitos livros bons de ficção científica (muitos ainda não li). Como pode-se perceber, a literatura de Ficção Científica é muito mais madura que o Cinema.

Abraços!


Fontes:
Wikipedia
O que é ficção científica, por Marcus Valerio
História da literatura de Ficção Científica.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Análise: Nintendo Wii, ter ou não ter


Comprei recentemente um Wii. Isso a aproximadamente um mês. O brinquedo custou caro, por isso, acho importante dizer o que eu buscava no video-game e se isso foi atendido, ou seja, se valeu ou não à pena.

Não vou comentar sobre a rede da Nintendo, pois ainda não tenho acesso banda larga para avaliá-la.



O que eu não gostei



Falta de títulos "hardcore" de qualidade


Sim. Você que esperava aproveitar o Wiimote para ter uma imersão impressionante no seu jogo de tiro preferido, esqueça. Atualmente são realmente poucos os jogos ditos "hardcore", ou seja, jogos extensos que proporcionam maior imersão e blablabla.

Tem alguns títulos muito bons sim, mas são poucos. Alguns exemplos são: The Legend of Zelda: Twilight Princess, Metroid Prime 3, Resident Evil 4: Wii Edition, Okami, entre outros.



Review de Metroid Prime 3 pelo GameTrailers

E, claro, tem os games do Game Cube (citados mais abaixo), caso você não tenha jogado.

Porém, não sabemos o que o futuro nos reserva. Já vimos acontecer uma "virada", como no DS (que foi inundado por jogos de qualidade nos últimos anos mas que, no início, jó tinha jogos estilo "minigames"), ou pode virar um Nintendo 64, ficando com poucos jogos de qualidade.


Hardware fraco


Quando dizem por aí que os gráficos do Wii são fracos, eles não estão mentindo. Se você pretende comprar um video-game esperando gráficos impressionantes de última geração, passe longe.

Não, os gráficos não são iguais aos de Playstation 2. Longe disso. São muito superiores! Porém, alguns jogos (os maus exemplos, daqueles feitos nas coxas, é claro) realmente parecem feitos para a geração passada.

Também vamos esperar pelo futuro, pois as third-parties só estão aprendendo a manipulá-lo agora. Mesmo assim, nada que se compare a um XBox 360 ou PS 3.


Pouca integração multimídia


Se você espera uma completa interação multimídia, com seu video-game sendo muito mais que um video-game, também não é uma boa opção.

Ele não lê DVD, não tem HD para armazenamento e não lê MP3 (apesar de ter porta para cartão SD e porta USB).



O que me deixou bastante satisfeito



Franquias da nintendo


Essa é a mais óbvia, no meu ponto de vista. Se você curte estes games (como eu), temos Super Mario Galaxy, The Legend of Zelda: Twilight Princess, Metroid Prime 3, e temos também Metroid: Other M (que está para ser lançado), entre outras, que você nunca verá nos outros videogames.

Lembrando que a Nintendo sempre se preocupa em fazer jogos de qualidade, com bastante esmero.


Jogabilidade inovadora, simples e intuitiva


Fato: muita gente que não curte video-games acaba jogando por causa disso.

Nunca imaginei que veria vários tios meus jogando video-game! A jogabilidade simples e sensitiva à movimentos atrai qualquer marmanjo! Até a minha avó disse: "Nossa, que controle bonito! Esses jogos são legais pra emagrecer!".....

Tá, isso que minha vó disse não é exatamente um elogio, mas acho que me fiz claro.


Excelente multiplayer


Como disse, o fato da jogabilidade ser simples atrai muita gente e, por isso, muita gente que nunca jogou consegue competir com veteranos.

Há jogos simples, pra quem nunca jogou (e mesmo assim, os veteranos se divertem muito, e sempre!), e há também aqueles que exigem treino (como Super Smash Bros Brawl e Mario Kart Wii).

Há outros tipos de jogos que só existem no Wii, como Wario Ware: Smoth Moves, com seu multiplayer divertidíssimo e hilário (e, às vezes, constrantedor).

O melhor video-game para a churrascada, sem dúvida!


Vários jogos clássicos para download


Para os saudossistas, agora é possível baixar os jogos antigos dos video-games da Nintendo (NES, SNES, Nintendo 64). Todos aqueles clássicos podem ser baixados legalmente pela Nintendo.

Ah, mas você não curtia Nintendo? Não seja por isso!
Você pode, também, baixar jogos de Master System, Mega Drive, Neo Geo, Arcade, Commodore 64 e Turbografx 16(PC Engine no Japão) também!



300 jogos para Virtual console (GameTrailers)

E antes que você diga "ah, mas eu posso jogar tudo isso de graça no emulador", eu digo que muitos emuladores não funcionam perfeitamente, que os jogos são baratos (de 3 a 10 dólares, podendo ser adquiridos via cartão de crédito internacional, o que elimina impostos), e que vêm com o manual original digital. Ah, em caso de formatação da memória do Wii (ou algum outro probleminha), o jogo pode ser baixado novamente de graça.


Retrocompatibilidade com o Game Cube


Se vc perdeu a geração anterior dos video-games (como eu), é uma ótima pedida. Ok, não é um PS 2 em termos de quantidade de jogos, mas tem muitos jogos bons sim - e os exclusivos da Nintendo, claro.

Jogos como F-Zero GX (eleito melhor jogo de corrida futurista da geração passada por muitos especialistas e eleito como jogo mais difícil* de corrida do mundo também), Wave Race Blue Storm, trilogia moderna do Prince of Persia, série Resident Evil e remakes (do zero até o 4, passando pelo Code Veronica), Mario Kart Double Dash, Super Mario Sunshine, Metroid Prime 1 e 2, Star Wars: Rogue Squadron 2 e 3, entre outros.



Review do F-Zero GX no GameSpot

Além do fato de que os gráficos do Game Cube são melhores que do PS 2. O único porém é que é necessário ter um controle e um Memory Card de Game Cube.


Conclusão

Sim, o Wii é um ótimo video-game, mas isso vai depender do que você espera. Se você é exigente quanto a gráficos e vai perder um bom tempo da sua vida tentando finalizar aquele jogo difícil, o Wii não é seu video-game.

Mas se você espera jogos rápidos e divertidos, recebe visita frequente de amigos e parentes, ficou de fora da geração anterior, gosta das franquias da Nintendo, ou até mesmo gosta de ambos os tipos de jogos (se você acha que alguns poucos "hardcore" bastam), o Wii é uma excelente opção.

Na minha opinião, atualmente, é difícil ficar totalmente satisfeito com um único video-game, infelizmente. Talvez, as melhores opções seja: Wii + XBox 360 ou Wii + PS 3. Se você já tem um PC potente, o Wii é altamente recomendado!

Abraços!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Franquia Star Trek nos cinemas - Parte 1

Ultimamente, graças ao lançamento recente do filme "Star Trek" nos cinemas, a franquia, tanto cinematografica quanto as séries de TV, provavelmente, devem estar sendo desenterradas por muita gente (como é o meu caso).

Muitos não conhecem a série, ou os filmes, e nem fazem idéia do que seja. Um texto "bem resumido", do site Jovem Nerd, explica tudo o que é necessário para adentrar neste universo. Outra recomendação que faço é o podcast do Cinema com Rapadura.

Pra quem não sabe, Star Trek (ou Jornada nas Estrelas) nasceu bem antes de Star Wars (Guerra nas Estrelas) e tem uma premissa bem diferente. A série conta o futuro utópico da humanidade, onde uma nave, capitaneada por James T. Kirk, viaja o universo com o "simples" motivo de exploração científica, "indo onde nenhum homem jamais esteve".

Meu objetivo aqui é me ater aos filmes lançados para o cinema. Como é de se esperar, os filmes da série clássica são mais voltados para quem já assistiu a série, mas isso não impede quem não conhece de assistir - os filmes raramente criam situações que somente os fãs entendem.


1979 - Jornada nas Estrelas: O Filme


Ficha Técnica:
Título Original: Star Trek: The Motion Picture
Tempo de Duração: 130 minutos
Direção: Robert Wise
Roteiro: Harold Livingston, baseado em estória de Alan Dean Foster
Produção: Gene Roddenberry

Sinopse

Uma nuvem gigantesca vai em direção à Terra, destruindo tudo o que passa por perto. Quando percebem que a Terra corre risco de sumir do universo, a Federação decide mandar a melhor nave de sua frota - a Enterprise - para descobrir o que é a "nuvem" e tentar impedir a destruição do planeta.


Trailer



Considerações

Apesar da maioria dos fãs não gostar muito deste filme, este é o único que contém o espítito de exploração da série.

O filme lembra "2001", tanto no ritmo e visual quanto no conteúdo, mas sem a mesma profundidade - não que isso seja um defeito.

Um ótimo filme, com efeitos especiais impressionantes e roteiro bem aos moldes da "exploração espacial científica". O filme tem outros méritos, como apresentar, pela primeira vez, a nave Enterprise de forma que pareça realmente grande - exibindo detalhes nunca antes vistos - e tem, também, a trilha sonora de Jerry Goldsmith, que acabou sendo mais lembrada, inclusive, que a trilha da série clássica.

Nota: 8

5 cenas interessantes:
- A exibição da Enterprise enorme, cheia de detalhes
- Ver Spock chorando
- Spock entrando no centro da nuvem
- Final, no momento em que descobrem o que é a V'Ger
- Ver McCoy mau humorado


1982 - Jornada nas Estrelas II - A Ira de Khan

Ficha Técnica:
Título original: Star Trek II: The Wrath of Khan
Duração: 113 min
Direção: Nicholas Meyer
Roteiro: Harve Bennett (história), Jack B. Sowards (história), Samuel A. Peeples (não creditado), Nicholas Meyer

Sinopse

Este filme marca o início da Trilogia Genesis. É século 23. A USS Entreprise, espaçonave da federação, está realizando manobras de treinamento e o almirante James T. Kirk parece conformado com o fato de que esta pode ser a última missão de sua carreira. Mas Khan está de volta. Acompanhado de seu exilado bando de super homens genéticos, Khan, brilhante renegado da Terra no século 20, tomou a Estação Espacial Regula Um, roubou um secreto dispositivo chamado Projeto Gênesis, apoderou-se de outra nave da Federação e agora planeja preparar a mais mortífera de todas as armadilhas para o seu velho inimigo Kirk... mesmo ameaçando causar um apocalipse galático.


Trailer



Considerações

O filme resgata personagens de um episódio da série clássica, apresenta problemas familiares do capitão, detalhes do passado de alguns personagens, além de ter o ritmo e o humor da série clássica.

Com essas idéias no filme, não tinha como errar. O filme tem um roteiro interessante, bem construído (e sem furos), apesar de simples. Junte a isso o vilão mais carismático "do universo" ("Como dizia um ditado Klingon: a vingança é um prato que se come frio", diz ele em determinado momento do filme).

O filme exibe, também, batalhas espaciais tipicamente "navais" e emocionantes (nunca antes vista na série), momentos bastante tensos, além do final espetacular e de uma trilha sonora excelente e, pronto, temos um dos melhores - senão o melhor - filme de Jornada Nas Estrelas.

Nota: 9


--- Spolier ---
O "final espetacular" de que me refiro é o sacrifício feito por Spock para salvar a tripulação, algo totalmente inesperado, mesmo para "não fãs". Temos uma das cenas mais bonitas da saga, que é Spock e Kirk conversando sobre amizade através de um vidro, antes da morte de Spock.
--- Fim do Spoiler --


5 cenas interessantes:
- Teste Kobayashi Maru
- Cavernas no interior do planeta Genesis
- Batalha entre as duas naves (Enterprise e a nave capturada por Khan)
- Explosão da cápsula Genesis no espaço e a respectiva fuga da Enterprise
- Final dito acima (o Spoiler) e suas concequências de partir o coração


1984 - Jornada nas Estrelas III - À Procura de Spock

Ficha Técnica:
Título Original: Star Trek III: The Search for Spock
Direção: Leonard Nimoy
Roteiro: Harve Bennett
Produção: Harve Bennett

Sinopse (um grande Spolier)
Segunda parte da Trilogia Genesis. A tripulação volta e inicia, como de costume, reparos na nave. O problema é que a derrota de Khan e a criação do planeta Genesis não representaram grande vitória, pois Spock morreu e McCoy ficou inexplicavelmente louco. Com a chegada surpresa de Sarek, todos descobrem que, na verdade, McCoy está hospedando a essência do amigo Spock. Agora todos deverão partir, às pressas, com a U.S.S. Enterprise roubada para tentar salvar os dois amigos que sofrem com essa inesperada transformação.


Trailer



Considerações

O filme é uma continuação "obrigatória" ao segundo. O filme é bem interessante, mas tem algumas situações absurdas que me incomodam, como:


--- Spoiler ---
- O teletransporte de personagens importantes para o planeta Genesis, antes da nave explodir - ou seja, ninguém que estava na nave era importante;
- A forma como o sequestro da Enterprise foi feito;
- A sobrevivência de Spock no planeta Genesis sozinho;
-- Fim do Spoiler --


Cenas como as citadas anteriormente tornam o filme mais inverossímil. A troca da atriz que interpreta a tenente Saavik também foi algo que me incomodou - a anterior era "bem mais vulcana" que a nova.

Temos, novamente, um ótimo vilão: Cristopher Lloyd interpretando um Klingon. O filme segue o ritmo proposto pelo anterior, além de conter uma "continuação" da trilha sonora, ótima. O final do filme, como de costume, é excelente - a melhor parte do filme.

Nota: 7


5 cenas interessantes (todas são Spoilers!) :
- Ver Spock crescendo rapidamente (e passando pela puberdade)
- O sequestro e a fuga da Enterprise (e a sabotagem de uma outra nave...)
- Ver o vilão (um Klingon) ser representado por Cristopher Lloyd
- A luta final entre Kirk e o Klingon, enquanto o planeta se acaba, como num apocalipse
- Ver McCoy meio doido no inicio do filme


1986 - Jornada nas Estrelas IV - A Volta Para Casa

Ficha Técnica:
Título original: Star Trek IV: The Voyage Home
Duração: 119 min
Direção: Leonard Nimoy
Roteiro: Leonard Nimoy (história), Harve Bennett (história, roteiro), Steve Meerson, Peter Krikes, Nicholas Meyer

Sinopse

Última parte da Trilogia Genesis. Tripulação da U.S.S. Enterprise ainda vaga pelo espaço, em pleno século 23, e uma misteriosa força alienígena está ameaçando evaporar os oceanos e destruir a atmosfera da Terra. Numa frenética tentativa de salvar a humanidade, Kirk e seu grupo precisam voltar no tempo, na São Francisco de 1986, onde eles encontram um mundo totalmente caótico. O segredo para salvar o planeta está em duas baleias.


Trailer



Considerações

O filme, inevitavelmente, acaba abusando da comédia. Apesar de isso assustar alguns fãs, em nenhum momento o filme ficou "galhofa" (como diria o Jovem Nerd). Pelo contrário: as situações são totalmente contextualizadas. Depois de assistir o filme, você perceberá que não havia outra forma de o filme ser feito a não ser apelando para a comédia.

A proposta ecológica do filme é genial - além de inovadora para a época - , e, além de passar uma mensagem bonita, realmente faz pensar na "arrogância humana" (como dito pelo Sr. Spock).
Um ótimo filme e que, justamente por não se levar tão a sério, acaba sendo um dos melhores da saga - e, de quebra, uma ótima opção pra iniciar quem nunca viu Jornada nas Estrelas.

Nota: 8


5 cenas interessantes:
- Spock "meio doido" no início do filme, falando coisas sem sentido
- Spock dando o "golpe vulcano" num punk que leva um rádio portátil com o volume no máximo (e sendo aplaudido por isso)
- Qualquer cena em que McCoy apareça
- Chekov e Uhura perguntando para as pessoas na rua (incluindo um guarda) onde eles poderiam encontar navios nucleares
- Scotty tentando se comunicar com um computador


1989 - Jornada nas Estrelas V: A Última Fronteira

Ficha Técnica:
Título original: Star Trek V: The Final Frontier
Direção: William Shatner
Roteiro: William Shatner (história), Harve Bennett (história), David Loughery (história, roteiro)
Duração: 107 minutos

Sinopse

É a data estelar de 8454.130 e o capitão Kirk, que está de férias, tem que enfrentar dois desafios: escalar o El Caputan, no Yosemite, e ensinar cantigas de acampamento para Spock. Mas o lazer é bruscamente interrompido quando um vulcaniano renegado rouba a Enterprise e a leva para desvendar os mais profundos segredos do universo.


Trailer



Considerações

Na minha opinião, é o pior filme. Não é um filme "terrível", como muitos dizem, mas bem inferior aos outros. A premissa é bem interessante, porém, percebe-se que alguns trechos do filme foram feitas "nas coxas". Além disso, o filme tem algumas cenas absurdas, como ver Kirk escalando a montanha no início do filme.

O maior pecado do filme é, com certeza, o visual: iluminação mal feita na maior parte do filme e efeitos especiais piores que o do primeiro - parece apenas um episódio da série clássica. O filme acaba exagerando na comédia. Se, no quarto filme, as cenas engraçadas eram bem contextualizadas, neste aqui chegam a incomodar.

Não acho que o filme seja péssimo, como muitos dizem, pois tem algumas cenas interessantes, além do final. O filme resgata o espirito da série clássica, que havia sumido depois do primeiro filme. Um bom filme, apenas.

Nota: 6

5 cenas interessantes:
- Kirk, Spock e McCoy cantando em volta da fogueira, no início do filme
- Qualquer cena em que McCoy apareça
- Uhura cantando e dançando semi-nua, para atrair os soldados inimigos
- A cena em que McCoy enfrenta seus medos (um ótimo jogo de iluminação)
- O final do filme, quando encontram "deus"


1991 - Jornada nas Estrelas VI - A Terra Desconhecida

Ficha Técnica:
Título Original: Star Trek VI: The Undiscovered Country
Tempo de Duração: 112 minutos
Direção: Nicholas Meyer
Roteiro: Nicholas Meyer e Denny Martin Flinn, baseado em estória de Leonard Nimoy, Lawrence Konner e Mark Rosenthal
Produção: Steven-Clarles Jaffe

Sinopse

Desgastados com a constante guerra travada ao longo dos anos, a Federação Interplanetária e o Império Klingon planejam uma conferência de paz. Insatisfeitos com esta possibilidade, alguns poderosos tramam o assassinato do Chanceler Klingon Gorkon, que será escoltado à Terra pela tripulação da Enterprise.


Trailer



Considerações

Se contextualizarmos o filme, ficará fácil de perceber a clara aluzão ao final da Guerra Fria. O filme trata de forma genial temas como preconceito contra os "inimigos", conspirações, o medo da mudança - no caso, a guerra acabar - entre outros. Talvez seja o filme mais inteligente da saga.
A premissa, por si só, já é interessante, ao mostrar o império Klingon cedendo à Federação pois, graças ao "incidente lunar", não terão como se virar e, muito menos, sustentar a guerra.

Todo o filme é muito bem realizado. Os efeitos estão excelentes, as cenas são bem dirigidas, o roteiro cheio de mistério e muito bem apresentado. O filme tem um ritmo tenso, que não diminui até os momentos finais.

A divisão do filme em duas linhas deixa o filme mais interessante. De quebra, mostra que o universo de Jornada nas Estrelas não é tão perfeito como parecia. Talvez o melhor filme da saga. Memorável.

Nota: 10

5 cenas interessantes:
- O jantar com os tripulantes da Enterprise e os Klingons (mais incômodo do que isso, impossível)
- A invasão na nave Klingon
- O julgamento de Kirk e McCoy pelos Klingons
- A batalha da Enterprise e da Excelsior contra a nave Klingon
- Spock lendo a mente da vulcana (a cena é tensa, assistam ao filme pra entender)


Fontes:
www.adorocinema.com
www.cinemacomrapadura.com.br
www.cineplayers.com