sábado, 27 de junho de 2009

Saldo da semana passada: filmes assistidos


Vou fazer aqui um breve resumo dos filmes que assisti no final de semana passado. Deveria ter feito isso antes...
De qualquer forma, não vou deixar a oportunidade passar, até porque os filmes que assisti (sem exceção) são ótimos!

Sangue Negro

http://www.adorocinema.com/filmes/sangue-negro/sangue-negro-poster05.jpg

Um excelente filme do diretor Paul Thomas Anderson (Magnólia), no qual o fabuloso ator Daniel Day-Lewis interpreta um magnata do petróleo, no início do século vinte. O filme retrata a vida deste homem, desde o início, exibindo o personagem trabalhando sozinho nas minas de prata, até a época em que sua empresa domina praticamente uma cidade inteira.
O filme tem uma fotografia excelente, que mostra metaforicamente Daniel Plainview (personagem de Day-Lewis) surgindo das “sombras”, coberto com o “ouro negro”. Além disso, conta com a trilha sonora excepcional do guitarrista da banda Radiohead, que mistura momentos em que antecipa muita tensão (lembrando a trilha de “2001, Odisséia no Espaço”) com músicas orquestradas com um ar mais clássico e festivo, dando um toque de ironia.
Além de Day-Lewis, o filme conta com a presença de Paul Dano, que interpreta o reverendo Eli Sunday. É interessante observar a rivalidade quase instantânea que nasce entre os dois (Plainview e Sunday), pois ambos buscam poder.
Um filme excepcional, daqueles que permitem um infinito leque de interpretações.

Links recomendados:
http://www.cinemaemcena.com.br/ficha_filme.aspx?id_filme=4369&aba=detalhe

Pi

http://www.bocadoinferno.com/romepeige/artigos/pi/3.jpg

Um filme de mistério e conspiração “expressionista pós-moderno”. Expressionista por ser preto e branco com um contraste exagerado (quando é preto é realmente preto, e quando é branco, é muito branco).
Visceral e, às vezes, surreal, o filme, dirigido por Darren Aronofsky conta a história de um matemático e programador chamado Max Cohen (Sean Gullette) que busca por um padrão matemático na bolsa de valores. Quanto ele descobre algo, obviamente não consegue ficar em paz, sendo perseguido por uma empresa da Wall Street.
É brilhante a forma como o filme mostra a vida do personagem principal, dando uma sensação de obsessividade assustadora, que representa o estilo de vida do personagem. Como se não bastasse, ficamos em dúvida se realmente o personagem está sendo perseguido.
No meio do filme, um outro personagem busca Max e pede ajuda, para que ele o auxilie a decifrar um mistério envolto com o judaísmo. Neste momento, o filme aproveita para dar uma verdadeira aula (como num documentário) de como tudo na natureza contém matemática. Mas, longe de se tornar massante ou cansativo, o filme faz-nos ficarmos ainda mais interessados e intrigados pelo assunto, e aí começamos a concordar com a teoria do personagem principal, de que tudo na natureza segue um padrão, possível de ser previsto matematicamente.
Um ótimo filme! Daqueles que é impossível ficar sem omitir uma opinião no final.



Feitiço do Tempo

http://www.fisica-interessante.com/image-files/feitico-do-tempo.jpg

Feitiço do tempo, cujo nome original seria "o dia da marmota", conta a história de um repórter chato e arrogante (interpretado por Bill Murray) tem que fazer uma reportagem sobre uma festa tradicional (envolvendo uma marmota!) numa cidadezinha pequena. O personagem já chega na cidade sem nenhuma vontade, pois acha aquela festa ridícula. No dia seguinte, ao acordar, percebe que o dia anterior está se repetindo!
Uma comédia inteligente e interessante, muito bem montada. Percebe-se, desde o início, que é daqueles filmes com objetivo claro de ter uma moral da história.
Mas não é daqueles filmes bobos e previsíveis. O filme é muito bem montado, com piadas inteligentes inseridas sempre no contexto certo. O filme não tem uma mensagem óbvia, como a maioria, mas permite várias interpretações, o que deixa a película bem mais interessante.
O ator Bill Murray tem uma ótima interpretação com um timing perfeito, deixando um personagem chato e arrogante tornar-se engraçado. O filme exibe a transformação do personagem de forma bem coerente, que faz o filme ganhar credibilidade.
Recomendado!
Todas as comédias atuais poderiam ser como esta...

Conclusão

Pelo visto, o saldo foi positivo. Espero sempre acertar em minhas escolhas, como desta vez. Independente disso, sou cinéfilo, o que significa que assistir a um filme sempre será um prazer, independente da qualidade.

Até o próximo fim de semana!

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Star Fox

Ficha Técnica

Nome: Star Fox
Gênero: Simulação/Tiro ("Shooter")
Modos de jogo: campanha para um jogador
Ano: 1993
Origem: Japão
Designer: Shigeru Myamoto
Desenvolvimento: Nintendo/Argonaut Software
Distribuição: Nintendo
Sistema: Super Nintendo Entertainment System/Super Famicom



Caixa original do jogo

Em 1993, a tecnologia 3D já havia dado seus primeiros passos. Primeiro, nos Arcades, em jogos como Virtua Racing e Virtua Fighter, da Sega (entre outros), que testaram as capacidades de interação que a nova tecnologia oferecia. No ramo de jogos caseiros, consoles como 3DO prometiam gráficos poderosíssimos e jogos mais adultos com a utilização desta tecnologia.


Sinceramente, não sei quem deu o primeiro passo. Independente disto, a Nintendo tinha percebido que, logo logo, estaria perdendo terreno para as empresas rivais, visto que seu console da época, o Super Nintendo – que apesar de graficamente superior ao seu principal rival, o Mega Drive - , tinha uma falha: o processador lento (na casa dos 3 MHz, contra um processador na casa dos 7MHz do Mega Drive).


Se a tecnologia dos cartuchos tem uma vantagem em relação ao CD, ela foi aproveitada quase que ao máximo neste jogo – não digo em relação a puro poder gráfico, mas no que diz respeito ao uso de tecnologia de ponta (pelo menos para a época).


Esta tecnologia era o chip Super FX, que nada mais era do que um processador capaz de processar gráficos "poligonais" – ou seja, tridimensionais -, o que o processador principal do console não era capaz de fazer. Porém, mesmo com este chip, os jogos (comentarei melhor posteriormente) não ofereciam o mesmo desempenho que o da rival Sega. Imagino que a Nintendo tenha percebido isso e, portanto, apostato suas fichas não apenas na tecnologia, mas num novo projeto, todo feito com base neste chip. Este projeto era Star Fox.


Primeiro estágio, Corneria



O Jogo



O roteiro é simples: o planeta Corneria está sendo invadido pelas tropas de Andolf (posteriormente chamado de Andross). Para isso, o general contata a Star Fox, aparentemente uma equipe de caçadores de recompensa.


O jogador pilotará a nave de uma carismática raposa, chamada Fox, o líder da esquadra, num típico "shooter" de naves espaciais, sendo acompanhado por Falco (um falcão), Slippy (um sapo) e Peppy (um coelho). Agora, porém, o jogo conta com uma diferença crucial: é totalmente tridimensional!


Tudo bem, o fato de ser 3D poderia ser apenas uma jogada de marketing - até porque, como se pode perceber desde o início, a taxa de frames do jogo é baixa, dando a impressão de um jogo pouco fluído. Porém, a Nintendo conseguiu contornar estas falhas.


O jogo explora ao máximo as possibilidades tanto gráficas quanto de jogabilidade, criando uma experiência única.



Quem não se lembra da fase "Sector X", onde a esquadra de Fox percorre um setor no espaço onde existe uma espécie de "lixo espacial", que na realidade são objetos poligonais (barras e cruzes de aço, lembrando construções incompletas), que se movem com o "objetivo" de atrapalhar e acertar as naves? Ou então a "Space Armada", onde se encontram várias naves gigantes do inimigo, "esperando" para que o jogador entre nelas, percorra um corredor cheio de obstáculos e destrua-as por dentro? Ou ainda "Titania", um planeta estranho, em que o cenário se repete infinitamente...a não ser que o jogador perceba que, atrás de um obstáculo, tem algo importante para ser ativado - que, além de (uau!) mudar o clima do planeta instantaneamente (de coberto de neve com neblina densa, para um deserto avermelhado com o sol se ponto ao fundo) libera a "continuação" da fase?


Além da ação desenfreada, característica principal dos jogos de "shooter", o jogo proporciona uma adrenalina crescente, que vai aumentando até culminar com o chefe final, Andolf. Não só a dificuldade do jogo acentua isto (com uma dificuldade relativamente alta para os não iniciados), como o aspecto visual e sonoro (como comentarei mais para frente).



Segundo estágio, Asteroid field

Um exemplo é a cena da entrada do caça de Fox na nave gigante que representa o chefão da "Space Armada", que demonstra a enorme dimensão da nave inimiga. Posso citar, também, a conclusão da "Asteroid Field", em que vemos um efeito visual semelhante ao de Guerra nas Estrelas, quando as naves entram na Velocidade da Luz, ou ainda a entrada da fase final, Venom, que mostra a descida do caça de Fox ao planeta.


Para os que ainda estão perdidos, o jogo, apesar de tridimensional, é linear. O caça de Fox avança sempre para frente, sendo que o jogador pode movimentá-la para os quatro lados da tela, além de poder frear ou dar um turbo, para desviar dos tiros e obstáculos. A movimentação da nave lembra a de um avião, sendo que para subir e descer, os comandos são invertidos. O jogo permite, também, a inclinação lateral da nave (com os botões L e R) o que facilita a movimentação lateral na hora de desviar dos tiros inimigos.


Pra ajudar (ou atrapalhar) o jogador é acompanhado pelos outros membros da esquadra, que, às vezes, tentam ajudá-lo, e acabam por passar na frente. Se o jogador derrubar um companheiro sem querer perde a "ajuda", além de não poder completar 100% da fase.


Como todo bom Arcade que se preze, o jogo oferece itens para ser coletados durante o jogo – itens, aliás, que utilizam abusivamente do 3D, com designs intuitivos. Entre os itens, o jogo conta com anéis que carregam a energia da nave, bombas (podem ser atiradas a qualquer momento, com uma larga área de impacto), aumento da potência dos tiros, entre outros.


Um dos mais interessantes é o item para coletar vida extra: são três alvos móveis. O jogador deve atirar nos três, para, então, surgir uma "navezinha" no meio, que é a vida propriamente dita. Ah, e como não poderia faltar, tem um item que recupera asas perdidas, caso o jogador perca uma delas. Veja, com este exemplo, que os criadores se atentaram a vários detalhes, com a preocupação de fazer um jogo de qualidade.


No aspecto dificuldade, pode ser considerado um jogo difícil para não iniciados, e médio para quem já está acostumado com este tipo de jogo. A dificuldade é crescente. Porém, pelo fato de o jogo ser Arcade – e, portanto, rápido para ser finalizado – a aprendizagem é um pouco demorada. É praticamente impossível ir muito longe na primeira tentativa.


Velocidade da luz

Se o conceito do jogo foi brilhante e muito bem pensado, o resto teria de acompanhar. Felizmente é o que acontece. A caracterização dos personagens é boa, sendo eles carismáticos. O visual geral do game, apesar de "quadradão", é bem claro. Dá pra distinguir claramente os objetos de cenário.


Além disso, tem a ótima trilha sonora, composta por Hajime Hirasawa, bem marcante, adicionando emoção aos principais momentos do jogo. As músicas são ótimas, utilizando de forma bem interessante o sintetizador do console. É interessante perceber que o timbre de alguns instrumentos do arranjo sonoro (agudos, semelhantes à xilofone ou piano) lembra o aspecto visual limpo dos polígonos do jogo.


As músicas combinam com os momentos em que são tocadas, como, por exemplo, a música da primeira fase (Corneria) que remete a um filme de ação, misturando Hard Rock com fundo orquestrado. Ou , ainda, a música do "Sector Y", uma valsa suave, dando uma leve sensação de "viagem", combinando com a situação surreal em que se apresenta - o espaço sideral se assemelha a um oceano nessa fase, com animais aquáticos flutuando no céu.


Para concluir, o jogo oferece um "fator replay" altíssimo. Por ser um jogo rápido, estilo Arcade, oferece uma alta dose de adrenalina, o que torna o jogo altamente viciante. Além disso, o jogo conta com três níveis de dificuldade. Porém, em cada um deles, o trajeto muda e, portanto, as fases também. Como se não bastasse, têm as fases secretas, que se encontram no caminho do "Black Hole" (Buraco Negro).


Como podemos ver, a Nintendo não poupou esforços e criatividade para seu Star Fox, criando um jogo emocionante, criativo e viciante. Mesmo com a falha da lentidão do processador, a Nintendo conseguiu contornar o problema criando não apenas um jogo bom, mas um verdadeiro clássico do mundo dos games!


No núcleo de uma nave inimiga


Resumo



Roteiro:

Simples e direto, até simplista. Não há necessidade de algo muito mais rebuscado.


Visual:
Apesar de "quadradão", o game contorna o problema com polígonos coloridos e claros, além dos Sprites e imagens de fundo bem desenhadas.



Música:
Trilha sonora emocionante, além de combinar com o momento em que são tocadas e com o visual do game. As músicas grudam na cabeça, depois de uma boa partida.



Jogabilidade:
O game explora ao máximo as situações proporcionadas pela tridimensionalidade. Nada como um jogo de ação de naves para aproveitar o potencial da tecnologia.



Fator "replay":
A alta dose de adrenalina torna o jogo viciante, além das opções de dificuldades, que contam com fases diferentes.



Dificuldade: Alta
Difícil. Para os iniciados, é questão de tempo. Porém, é praticamente impossível ir muito longe logo na primeira tentativa.



Conceito geral:




Referências:

Disponível em: http://outerspace.ig.com.br/retrospace/



25 de maio de 2009.