sexta-feira, 26 de junho de 2009

Star Fox

Ficha Técnica

Nome: Star Fox
Gênero: Simulação/Tiro ("Shooter")
Modos de jogo: campanha para um jogador
Ano: 1993
Origem: Japão
Designer: Shigeru Myamoto
Desenvolvimento: Nintendo/Argonaut Software
Distribuição: Nintendo
Sistema: Super Nintendo Entertainment System/Super Famicom



Caixa original do jogo

Em 1993, a tecnologia 3D já havia dado seus primeiros passos. Primeiro, nos Arcades, em jogos como Virtua Racing e Virtua Fighter, da Sega (entre outros), que testaram as capacidades de interação que a nova tecnologia oferecia. No ramo de jogos caseiros, consoles como 3DO prometiam gráficos poderosíssimos e jogos mais adultos com a utilização desta tecnologia.


Sinceramente, não sei quem deu o primeiro passo. Independente disto, a Nintendo tinha percebido que, logo logo, estaria perdendo terreno para as empresas rivais, visto que seu console da época, o Super Nintendo – que apesar de graficamente superior ao seu principal rival, o Mega Drive - , tinha uma falha: o processador lento (na casa dos 3 MHz, contra um processador na casa dos 7MHz do Mega Drive).


Se a tecnologia dos cartuchos tem uma vantagem em relação ao CD, ela foi aproveitada quase que ao máximo neste jogo – não digo em relação a puro poder gráfico, mas no que diz respeito ao uso de tecnologia de ponta (pelo menos para a época).


Esta tecnologia era o chip Super FX, que nada mais era do que um processador capaz de processar gráficos "poligonais" – ou seja, tridimensionais -, o que o processador principal do console não era capaz de fazer. Porém, mesmo com este chip, os jogos (comentarei melhor posteriormente) não ofereciam o mesmo desempenho que o da rival Sega. Imagino que a Nintendo tenha percebido isso e, portanto, apostato suas fichas não apenas na tecnologia, mas num novo projeto, todo feito com base neste chip. Este projeto era Star Fox.


Primeiro estágio, Corneria



O Jogo



O roteiro é simples: o planeta Corneria está sendo invadido pelas tropas de Andolf (posteriormente chamado de Andross). Para isso, o general contata a Star Fox, aparentemente uma equipe de caçadores de recompensa.


O jogador pilotará a nave de uma carismática raposa, chamada Fox, o líder da esquadra, num típico "shooter" de naves espaciais, sendo acompanhado por Falco (um falcão), Slippy (um sapo) e Peppy (um coelho). Agora, porém, o jogo conta com uma diferença crucial: é totalmente tridimensional!


Tudo bem, o fato de ser 3D poderia ser apenas uma jogada de marketing - até porque, como se pode perceber desde o início, a taxa de frames do jogo é baixa, dando a impressão de um jogo pouco fluído. Porém, a Nintendo conseguiu contornar estas falhas.


O jogo explora ao máximo as possibilidades tanto gráficas quanto de jogabilidade, criando uma experiência única.



Quem não se lembra da fase "Sector X", onde a esquadra de Fox percorre um setor no espaço onde existe uma espécie de "lixo espacial", que na realidade são objetos poligonais (barras e cruzes de aço, lembrando construções incompletas), que se movem com o "objetivo" de atrapalhar e acertar as naves? Ou então a "Space Armada", onde se encontram várias naves gigantes do inimigo, "esperando" para que o jogador entre nelas, percorra um corredor cheio de obstáculos e destrua-as por dentro? Ou ainda "Titania", um planeta estranho, em que o cenário se repete infinitamente...a não ser que o jogador perceba que, atrás de um obstáculo, tem algo importante para ser ativado - que, além de (uau!) mudar o clima do planeta instantaneamente (de coberto de neve com neblina densa, para um deserto avermelhado com o sol se ponto ao fundo) libera a "continuação" da fase?


Além da ação desenfreada, característica principal dos jogos de "shooter", o jogo proporciona uma adrenalina crescente, que vai aumentando até culminar com o chefe final, Andolf. Não só a dificuldade do jogo acentua isto (com uma dificuldade relativamente alta para os não iniciados), como o aspecto visual e sonoro (como comentarei mais para frente).



Segundo estágio, Asteroid field

Um exemplo é a cena da entrada do caça de Fox na nave gigante que representa o chefão da "Space Armada", que demonstra a enorme dimensão da nave inimiga. Posso citar, também, a conclusão da "Asteroid Field", em que vemos um efeito visual semelhante ao de Guerra nas Estrelas, quando as naves entram na Velocidade da Luz, ou ainda a entrada da fase final, Venom, que mostra a descida do caça de Fox ao planeta.


Para os que ainda estão perdidos, o jogo, apesar de tridimensional, é linear. O caça de Fox avança sempre para frente, sendo que o jogador pode movimentá-la para os quatro lados da tela, além de poder frear ou dar um turbo, para desviar dos tiros e obstáculos. A movimentação da nave lembra a de um avião, sendo que para subir e descer, os comandos são invertidos. O jogo permite, também, a inclinação lateral da nave (com os botões L e R) o que facilita a movimentação lateral na hora de desviar dos tiros inimigos.


Pra ajudar (ou atrapalhar) o jogador é acompanhado pelos outros membros da esquadra, que, às vezes, tentam ajudá-lo, e acabam por passar na frente. Se o jogador derrubar um companheiro sem querer perde a "ajuda", além de não poder completar 100% da fase.


Como todo bom Arcade que se preze, o jogo oferece itens para ser coletados durante o jogo – itens, aliás, que utilizam abusivamente do 3D, com designs intuitivos. Entre os itens, o jogo conta com anéis que carregam a energia da nave, bombas (podem ser atiradas a qualquer momento, com uma larga área de impacto), aumento da potência dos tiros, entre outros.


Um dos mais interessantes é o item para coletar vida extra: são três alvos móveis. O jogador deve atirar nos três, para, então, surgir uma "navezinha" no meio, que é a vida propriamente dita. Ah, e como não poderia faltar, tem um item que recupera asas perdidas, caso o jogador perca uma delas. Veja, com este exemplo, que os criadores se atentaram a vários detalhes, com a preocupação de fazer um jogo de qualidade.


No aspecto dificuldade, pode ser considerado um jogo difícil para não iniciados, e médio para quem já está acostumado com este tipo de jogo. A dificuldade é crescente. Porém, pelo fato de o jogo ser Arcade – e, portanto, rápido para ser finalizado – a aprendizagem é um pouco demorada. É praticamente impossível ir muito longe na primeira tentativa.


Velocidade da luz

Se o conceito do jogo foi brilhante e muito bem pensado, o resto teria de acompanhar. Felizmente é o que acontece. A caracterização dos personagens é boa, sendo eles carismáticos. O visual geral do game, apesar de "quadradão", é bem claro. Dá pra distinguir claramente os objetos de cenário.


Além disso, tem a ótima trilha sonora, composta por Hajime Hirasawa, bem marcante, adicionando emoção aos principais momentos do jogo. As músicas são ótimas, utilizando de forma bem interessante o sintetizador do console. É interessante perceber que o timbre de alguns instrumentos do arranjo sonoro (agudos, semelhantes à xilofone ou piano) lembra o aspecto visual limpo dos polígonos do jogo.


As músicas combinam com os momentos em que são tocadas, como, por exemplo, a música da primeira fase (Corneria) que remete a um filme de ação, misturando Hard Rock com fundo orquestrado. Ou , ainda, a música do "Sector Y", uma valsa suave, dando uma leve sensação de "viagem", combinando com a situação surreal em que se apresenta - o espaço sideral se assemelha a um oceano nessa fase, com animais aquáticos flutuando no céu.


Para concluir, o jogo oferece um "fator replay" altíssimo. Por ser um jogo rápido, estilo Arcade, oferece uma alta dose de adrenalina, o que torna o jogo altamente viciante. Além disso, o jogo conta com três níveis de dificuldade. Porém, em cada um deles, o trajeto muda e, portanto, as fases também. Como se não bastasse, têm as fases secretas, que se encontram no caminho do "Black Hole" (Buraco Negro).


Como podemos ver, a Nintendo não poupou esforços e criatividade para seu Star Fox, criando um jogo emocionante, criativo e viciante. Mesmo com a falha da lentidão do processador, a Nintendo conseguiu contornar o problema criando não apenas um jogo bom, mas um verdadeiro clássico do mundo dos games!


No núcleo de uma nave inimiga


Resumo



Roteiro:

Simples e direto, até simplista. Não há necessidade de algo muito mais rebuscado.


Visual:
Apesar de "quadradão", o game contorna o problema com polígonos coloridos e claros, além dos Sprites e imagens de fundo bem desenhadas.



Música:
Trilha sonora emocionante, além de combinar com o momento em que são tocadas e com o visual do game. As músicas grudam na cabeça, depois de uma boa partida.



Jogabilidade:
O game explora ao máximo as situações proporcionadas pela tridimensionalidade. Nada como um jogo de ação de naves para aproveitar o potencial da tecnologia.



Fator "replay":
A alta dose de adrenalina torna o jogo viciante, além das opções de dificuldades, que contam com fases diferentes.



Dificuldade: Alta
Difícil. Para os iniciados, é questão de tempo. Porém, é praticamente impossível ir muito longe logo na primeira tentativa.



Conceito geral:




Referências:

Disponível em: http://outerspace.ig.com.br/retrospace/



25 de maio de 2009.

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