sexta-feira, 8 de julho de 2011

Sobre reviews

Comentário em resposta à este artigo: http://www.kotaku.com.br/conteudo/games-nao-sao-torradeiras-ou-o-que-ha-de-errado-com-os-reviews/#idc-cover (também foi postado nos comentários da página indicada).

Concordo.
Porém, não creio que o problema esteja nas críticas.

Explico:
O objetivo de qualquer review feito por um especialista é de ser o mais imparcial possível, ou seja, tem que ser uma avaliação racional e bem argumentada dos pontos positivos e negativos, exatamente como uma análise clínica de uma torradeira.
Isso serve tanto para games quanto para filmes e música.
No entanto, filmes e músicas evoluíram muito desde suas invenções. O cinema deixou de ser um espetáculo de exibição de imagens espetaculares para se transformar em obras de arte.
Em ambos os casos, as análises devem ser feitas tanto como produtos comerciais (o que acabam sendo também), tanto como produtos artísticos.
Porém, essa análise não pode ser totalmente subjetiva, deve ser bem embasada e argumentada.

O problema, na verdade, é o fato de que é difícil analisar cinema e música objetivamente pelo simples fato de que é difícil fazer uma análise clínica, pois não existem qualidades quantificáveis esperadas pelo espectador. Um ouvinte de heavy-metal, por exemplo, daria uma nota 10 caso o volume da música esteja alto o suficiente? Um ouvinte de Rock Progressivo só dá notas altas pra músicas com mais de 10 minutos? Não é esse tipo de expectativa que ouvintes e expectadores tem dessas obras.

Já no caso dos jogos, estes ainda não deixaram de ser produtos, visto que ainda tem muitas características quantificáveis esperadas pelos jogadores, o que faz com que jogos se pareçam mais com produtos comerciais consumíveis do que com obras de arte. Jogos tem objetivos: precisam entreter os jogadores e fazê-los jogá-los de novo. E o objetivo do cinema, será que os filmes tem que sempre divertir? E filmes como Laranja Mecânica, que é um filme pesado e incômodo, mas lembrado sempre como um clássico?

O que tem que mudar, na verdade, são os jogos: precisam parecer menos com produtos de luxo e mais com obras de arte!

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